Esse país hoje vai me enxergar
Manifesto verde e branco
Camisa é Barra Funda a contestar
Mãe gentil?
A pátria que me traiu
Olhe no meu olho
Não desvie a tua cara
Nem mude de calçada nessa rua da amargura
Teu bom dia, boa noite retido
É silêncio que me anula
Mas não vou me remoer
Nunca tive nada a perder
Pobreza é direito de nascença
Nas entrelinhas dessa Constituição
Papel que mal garante o papel de pão na mesa
Migalhas não vão me alimentar
Moedas não vão me sustentar
Herdeiros de avós acorrentados
Vivem o presente e o futuro presos no passado
Tanta gente
Que não tem onde plantar sua semente
Tanta terra
De tão poucos, egoístas, indolentes
Invisíveis, uni-vos!
Cabeças e punhos erguidos
Bem ou mal seremos notados
Além das câmeras do supermercado
E defendidos pelos bons
Que sempre olharam pros irmãos
Lutaram até o fim por mim, por nós
Ocultos da nação