Desce o morro, poderosa mãe negra
Negra é a força da raça
Raça que embala os filhos do salgueiro
Salgueiro hoje te abraça
Rainha ê, ê, ya
Ventre da lendária África
Levanta que é tempo de vibrar
Matriarca da humanidade
Da beleza e da coragem de quem lutou
Se faça exemplo, o seio do templo
Que contempla a soberana justiça
Atiça a vaidade daquela
Que no olhar carrega a mazela
De ser a dor que seja amor
Pega na barra da saia
Leva o balaio de páia pra feira quituteira
Tempero de enfeitiçar, abará e acarajé
No tabuleiro à beira do abaeté
Me faz um dengo mainha (ê mainha)
Quero um chamego iaiá (ô iaiá)
Me deixa ser teu xodó no toque de um cafuné
Fala mais alto a essência de mulher
Fé que vence os quebrantos
Invoca todos os santos
É rezadeira, preta véia mandingueira
Quem traz a noite na cor
Tem a magia no toque do seu tambor
Ela é poesia da favela
O amor que vem de Deus
Inspiração pros versos meus
Mãe, baiana, porta-bandeira
Teu colo meu embalou a vida inteira
Razão do meu viver
O teu vermelho tem poder